 
Era uma singela igreja,
freqüentada por moradores da região daquele distante bairro de Londres. Os anos
se passavam e o pequeno grupo se mantinha constante nas reuniões, ocupando
sempre os mesmos lugares.
Foi por isso mesmo muito fácil ao pastor descobrir certo dia, uma cadeira vazia.
Estranhou, mas logo esqueceu. Na semana seguinte, a mesma cadeira vazia lá
estava e ninguém soube informar o que estava acontecendo. Na terceira ausência,
o pastor resolveu visitar o faltoso. No dia frio, foi encontrá-lo sentado, muito
confortável, ao lado da lareira de sua casa, a ler.
Você está doente, meu filho? Perguntou. A resposta foi negativa. Ele estava bem.
Talvez estivesse atravessando algum problema, ousou falar o pastor, preocupado.
Mas estava tudo em ordem. E o homem foi explicando que simplesmente deixara de
comparecer. Afinal, ele freqüentava o culto há mais de vinte anos.
Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas orações, cantava os mesmos
hinos, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais comparecer. Ele já sabia tudo
de cor.
O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até à lareira, atiçou
o fogo e de lá retirou uma brasa.
Ante o olhar surpreso do dono da casa, colocou a brasa sobre a soleira de
mármore, na janela. Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo,
era somente um carvão coberto de cinza.
Então o homem entendeu. Levantou-se de sua cadeira, caminhou até o pastor e
falou: tudo bem, pastor, entendi a mensagem.
E voltou para a igreja.
Autor: Richard Simonetti

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