Tempo
A mim
que
desde a
infância
venho
vindo
como se
o meu
destino
fosse o
exato
destino
de uma
estrela
apelam
incríveis
coisas:
Pintar
as
unhas,
descobrir
a nuca,
piscar
os
olhos,
beber.
Tomo o
nome de
Deus num
vão.
Descobri
que a
seu
tempo
vão me
chorar e
esquecer.
Vinte
anos
mais
vinte é
o que
tenho,
mulher
ocidental
que se
fosse
homem
amaria
chamar-se
Eliud
Jonathan.
Neste
exato
momento
do dia
vinte de
julho de
mil
novecentos
e
setenta
e seis,
o céu é
bruma,
está
frio,
estou
feia,
acabo de
receber
um beijo
pelo
correio.
Quarenta
anos:
não
quero
faca nem
queijo.
Quero a
fome.
Adélia
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